Ela acordou com um telefonema. Engano. Despertou. Final de semana está próximo, ela pensou. Era vontade de ficar mais na cama. Levantou. Cotidiano, tudo sempre igual. acordatardealmoçatomabanhovesteroupaescovadenteevaipropontodeonibus. Hoje o ponto de ônibus foi outro. Tinha que pagar umas contas. Descobriu duas coisas. Saldo negativo no banco para o resto do mês. Ônibus lotado para o trabalho. Ótimo começo. Em pé e dura. Por entre janelas entreabertas olhou o mar e se acalmou. Estava verde. O sol iluminava. O céu, azul, somente.
- Que vontade de me doar a algo que relamente valha a pena!
Ela se inspirou. São coisas da natureza.
O passarinho chocou o ovo que há semanas estava segurando. Nasceu. A natureza expira.
- Belíssimo Alfredo. Belíssimo.