quarta-feira, 22 de agosto de 2007

a arte de Vinicius

Chega De Saudade
Vinicius de Moraes

Vai minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque não posso mais sofrer
Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz Não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim
Não sai
Mas, se ela voltar
Se ela voltar que coisa linda!
Que coisa louca!
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos
Que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços, os abraços
Hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calada assim,
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio
De você viver sem mim
Não quero mais esse negócio
De você longe de mim
Vamos deixar esse negócio
De você viver sem mim...


=)


Essa música faz parte da minha vida de forma muito intensa, por isso quis postá-la agora. Estava me lembrando que a primeira vez que a escutei, eu estava no intervalo da faculdade, no meu primeiro período. Estávamos nas primeiras semana de aula e naquele clima das pessoas conversando e se conhecendo, surgiu uma rodinha em volta do violão. Foi meu primeiro contato com o clima estudantil, e com o que eu hoje chamo de obra-prima da música Brasileira. Na época eu não sabia que música era essa, e muito menos quem cantava. Na minha ânsia de entrar no mundo comunicacional, achei que essa era a primeira porta que eu deveria abrir. Foi então que descobri, Vinícius de Moraes. A minha bagagem musical não era das melhores, e eu só conhecia do Vinicius o que repetia sempre na televisão: “Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar” ou então “que não seja imortal posto que é chama, mas que seja eterno enquanto dure.”
E a partir dai, me interessei cada vez mais a escutar Vinicius. Lembro-me que uma vez uma tia minha disse que Vinicius era muito chato. Suas músicas eram lentas demais, muita melação. Isso só não passou despercebido por mim na época, porque eu consigo lembrar dessas palavras com muita clareza. Eu penso então que por mais que eu não o conhecesse eu sabia que algo de especial ele tinha. E realmente. O meu interesse foi maior, e maior, e maior, e eu não consegui me conter. Eu me apaixonei pelas músicas do Vinicius. Eu me apaixonei pelos seus poemas, pela sua vida, pela sua loucura, pelo seu carisma, pelo seu wiski, e por toda a enciclopédia musical que ele deixou para mim. É uma aula ouvir Vinicius. Me lembro ainda que essa mesma tia que não gostava dele ficou encantada quando numa festa me dispus a pegar o microfone e cantá-la, acompanhada de dois violinistas. Sim, aqueles bem velhos com um chapéu, barba branca e que provavelmente eram fãs de mpb quando mais novos.
Enfim, não sei se vocês conseguiram entender, mas ele foi um dos artistas mais importantes da música Brasileira, percussor da Bossa Nova e do Afrosamba. Para mim, a melhor época músical que o Brasil já teve. O Rio de Janeiro respirava amor, música e principalmente respirava cultura. Vinicius, Toquinho, Baden, Chico, Edu Lobo, Pixinguinha..entre outros gênios da MPB. As vezes penso que nasci na época errada, porque eu queria ter vivido esse apce cultural, mesmo que fosse de longe.
Só quero que vocês entendam que Vinicius cantando sozinho ou com Toquinho, com Baden ou com Tom, Vinicius é sempre Vinicius, e eu continuarei a escutá-lo sempre.




E pra quem quiser saber mais por favor assistam o documentário “Vinicius”, que conta sua vida e obra de maneira maravilhosa e principalmente escutem suas músicas.

Jo.